segunda-feira, 8 de agosto de 2011



Eu queria ser uma borboleta. Livre, leve, solta, independente. As borboletas passam pelo processo mais belo e verdadeiro da natureza: a metamorfose, mediante o qual a lagarta feia e desajeitada transforma-se num insecto lindo e delicado. Queria que todas as mudanças gerassem, similarmente, bons resultados. Eu queria ter essa certeza. Mas será que a lagarta sabe que a sua vida vai metamorfosear-se numa linda existência?
A maior beleza reside no processo de transformação; a beleza da surpresa, da novidade. Nenhuma existência pode ser completa se não houver nela processos sérios e completos de transformação. As lagartas-borboletas que o digam! Tem alturas em que a solidão do casulo se torna intransponível. Seria a solidão necessária para a metamorfose? Será que se os casulos fossem colméias como as das abelhas, onde todas nascem juntas, no mesmo ambiente, quase ao mesmo tempo, prejudicaria a beleza da transformação? Será que o resultado seria outro ao invés da bela borboleta?
Estava conformada com a minha existência de lagarta, mas depois de vislumbrar a “liverdade” pelo buraquinho do casulo já só me apetece voar.

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